O
aumento de tributos sobre os combustíveis, que entrou em vigor Sexta-feira (21/07),
terá impacto momentâneo sobre a inflação, não devendo fazer o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechar o ano acima do centro da meta, de
4,5%. A avaliação é de consultorias e de especialistas.
As
projeções variam, mas a inflação oficial deverá encerrar 2017 quase um ponto
percentual abaixo do centro da meta. O aumento de alíquota do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins) sobre a gasolina, o etanol e o diesel tem efeito cascata sobre
outros preços, como frete, transporte público e alimentação. Mesmo assim, os
economistas avaliam que o impacto será marginal na inflação do ano.
Em
relatório, a Tendências Consultoria informou que o reajuste de tributos terá
impacto de 0,63 ponto percentual no IPCA em julho e agosto. Para 2017, a
estimativa para o IPCA passou de 3,6% para 3,8%.
Outras
projeções, no entanto, preveem que o efeito da medida é temporário e que a
pressão sobre o nível geral de preços se diluirá nos próximos meses. O banco de
investimentos Haitong alterou a estimativa de inflação para este ano de 3,6%
para 3,7% após o reajuste dos combustíveis.
O
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) informou
que a inflação oficial deverá fechar o ano entre 3,3% e 3,5%. De acordo com a
entidade, as novas alíquotas sobre a gasolina, o diesel e o etanol terão
impacto de 0,4 ponto percentual sobre o IPCA, mesmo com a influência indireta
sobre outros setores da economia.
Na
segunda-feira (24), o Banco Central, divulgará a nova previsão das instituições
financeiras para a inflação oficial este ano. Até esta semana, o Boletim Focus,
pesquisa semanal feita pela autoridade monetária com especialistas de mercado,
apontava estimativa de 3,29% para o IPCA este ano, próximo do piso da meta: 3%.
O aumento dos combustíveis veio em um momento em que a inflação está em queda.
Nos
12 meses terminados em junho, o IPCA acumulava 3%, no nível mais baixo da
história, registrando variação negativa para o mês de 0,23%. Ontem (20), o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15,
que funciona como prévia da inflação oficial, registrou 2,78% no acumulado de
12 meses terminados em julho e deflação no mês de 0,18%, a menor taxa em quase
20 anos.
Domingo, 23 de julho, 2017 ás 11hs00
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