O
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em
Curitiba, falou sobre a condenação do ex-presidnete Luiz Inácio Lula da Silva,
dada nesta quarta-feira (12) pelo juiz Sérgio Moro. Para o procurador, que
estava na sala de interrogatório em maio quando Lula depôs ao magistrado,
"o Brasil amadureceu ontem". O procurador disse, ainda, que a
primeira sentença já "é passado" e afirmou que "voltamos (o Ministério
Público) a trabalhar nas outras acusações que já estão na Justiça contra ele
(Lula) e contra dezenas de outros", escreveu o procurador em seu Facebook.
Santos
Lima disse que espera que a sentença de Moro seja confirmada na segunda
instância. "Agora vamos esperar que o TRF confirme a condenação,
tornando-a mais severa e correta diante da gravidade dos crimes cometidos. O
Brasil é maior que qualquer pessoa ou partido". O ex-presidente é réu em
outras quatro ações - dessas, apenas uma está na vara do Paraná.
Segundo
Santos Lima, o Brasil é "maduro" para compreender que a sentença de
Moro "obedeceu todos os ditames do estado de direito", afirmando que
Lula teve seu direito de defesa assegurado. "Mesmo assim, a Força - Tarefa
Lava Jato vai recorrer para especialmente aumentar a pena a que o ex-presidente
foi condenado", afirmou. Como
informou o Estado, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato dizem ue
discordam "em ralação a alguns pontos" da decisão de Moro, que
aplicou pena de nove anos e seis meses de prisão para Lula, mas não mandou
prender o petista para "evitar certos traumas".
Na
manhã desta quinta-feira, o procurador voltou a comentar o assunto e escreveu
que "o julgamento das urnas é exclusivamente político", em uma
referência à possível candidatura do petista em 2018, e disse que isso
"não pode ser substituto da Justiça".
"O
julgamento das urnas é exclusivamente político, e não pode ser substituto da
Justiça. Se for de outra forma, estaríamos criando um super foro
privilegiado", escreveu.
Ainda
segundo o procurador, "nem mesmo se salva a ideia de que somente em casos
de 'batom na cueca' deveria ele ser condenado pela Justiça", em referência
a críticas de que a sentença foi dada com falta de provas. É esse um dos
argumentos da defesa de Lula e do PT.
Temer
A
condenação de Lula foi dada no mesmo dia em que a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara iniciou os debates a respeito da aceitação da denúncia
de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), após a
apresentação do parecer do relator do caso, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
Em mais uma postagem, o procurador comentou o que chamou de "vergonhosas
manobras para salvar Temer na Câmara dos Deputados" e disse, ainda, que
"não podemos aceitar um acusado de corrupção só porque tememos a volta do
outro".
"Agora
que Lula foi condenado, é indispensável continuar o processo de combate à
corrupção. Temer enfrenta uma acusação de propina durante o mandato. Há fartas
provas e cabe ao STF julgá-las", escreveu. (AE)
Quinta-feira,
13 de julho, 2017 ás 11hs30
Nenhum comentário:
Postar um comentário