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24 de setembro de 2018

José Roberto Arruda é condenado a sete anos de prisão


O ex-governador José Roberto Arruda (PR) foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e corrupção de testemunha, ou seja, na tentativa de comprar o silêncio do jornalista Edson Sombra, para atrapalhar as investigações da Operação Caixa de Pandora, em 2009.

A pena inclui o pagamento da multa de 535 dias-multa, cada um fixado em um salário minimo vigente na época. A decisão do juiz Newton Mendes de Aragão Filho da 7ª Vara Criminal de Brasília, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) é da última sexta-feira (21/9). Cabe recurso.

A condenação deve ter impacto direto na configuração das eleições para o governo do Distrito Federal. Arruda é um dos principais apoiadores candidatura de Alberto Fraga (DEM).

Além de Arruda, foram condenados o ex-deputado distrital Gerando Naves, a pena de quatro anos e quatro meses de prisão no regime semiaberto, por tentar dar dinheiro ou outra vantagem a testemunhas. O sobrinho de Arruda, Rodrigo Diniz Arantes também foi condenado a cinco anos por falsidade ideológica e dar dinheiro ou outra vantagem a testemunha. E o ex-funcionário da Companhia Energética de Brasília (CEB), Antônio Bento da Silva a cinco anos e oito meses pelos mesmos crimes.

Já o ex-diretor da CEB, Haroldo Brasil de Carvalho e o ex-secretário do Governo Arruda, Wellington Luiz Moraes foram absolvidos. Carvalho por ter mais de 70 anos, em razão da prescrição e Moraes em conformidade a manifestação do Ministério Público.

Relembre o caso

O caso se refere à oferta de vantagem financeira e contratual ao jornalista Edmilson Edson dos Santos para que fizesse afirmação falsa em depoimento à Polícia Federal no Inquérito 650/DF, que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sob liderança do ex-governador José Roberto Arruda, os réus pretendiam que a testemunha dissesse que os fatos apurados na Operação Caixa de Pandora haviam sido inventados pelo colaborador processual Durval Barbosa para prejudicar Arruda.

Também se apurou que, novamente sob o comando do ex-governador, os réus inseriram declaração falsa em carta que entregaram à testemunha Edmilson Edson dos Santos, com a finalidade de que ela a assinasse e entregasse à Polícia Federal. A declaração falsa, que tinha por objetivo alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, consistia na afirmação de que o colaborador Durval Barbosa teria manipulado e forjado os vídeos gravados por ele em que aparecem políticos, empresários e servidores públicos de Brasília, com o propósito de incriminar o então governador do DF e outras pessoas.

Essa é a segunda condenação de José Roberto Arruda em ações criminais decorrentes da operação Caixa de Pandora. Ele já tinha sido condenado a 3 anos, 10 meses e 20 dias pela prática do crime de falsidade ideológica. O ex-governador responde a outras onze ações

Sacola de dinheiro

Em fevereiro de 2010, Antônio Bento foi filmado pela Polícia Federal , em uma lanchonete, durante o encontro com Edson Sombra quando lhe entregou uma sacola com R$ 200 mil. Sombra declarou em depoimento que a quantia era parte do suborno, R$ 3 milhões, que tinha sido acertado com o ex-governador Arruda.

Mensalão do DEM

Deflagrada pela Polícia Federal em 2009, a Operação Caixa de Pandora investigou a distribuição de recursos ilegais à base aliada do Governo do Distrito Federal. Segundo as investigações, Arruda, na época governador do DF, chefiava um esquema de cobrança de propina de empresas de informática que tinham contrato com o Executivo. O dinheiro era usado para comprar apoio de deputados distritais. (DP)


Segunda-feira, 24 de setembro, 2018 ás 19:00

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