O
ex-governador José Roberto Arruda (PR) foi condenado a 7 anos e 6 meses de
prisão pelos crimes de falsidade ideológica e corrupção de testemunha, ou seja,
na tentativa de comprar o silêncio do jornalista Edson Sombra, para atrapalhar
as investigações da Operação Caixa de Pandora, em 2009.
A
pena inclui o pagamento da multa de 535 dias-multa, cada um fixado em um
salário minimo vigente na época. A decisão do juiz Newton Mendes de Aragão
Filho da 7ª Vara Criminal de Brasília, do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT) é da última sexta-feira (21/9). Cabe recurso.
A
condenação deve ter impacto direto na configuração das eleições para o governo
do Distrito Federal. Arruda é um dos principais apoiadores candidatura de
Alberto Fraga (DEM).
Além
de Arruda, foram condenados o ex-deputado distrital Gerando Naves, a pena de
quatro anos e quatro meses de prisão no regime semiaberto, por tentar dar
dinheiro ou outra vantagem a testemunhas. O sobrinho de Arruda, Rodrigo Diniz
Arantes também foi condenado a cinco anos por falsidade ideológica e dar dinheiro
ou outra vantagem a testemunha. E o ex-funcionário da Companhia Energética de
Brasília (CEB), Antônio Bento da Silva a cinco anos e oito meses pelos mesmos
crimes.
Já
o ex-diretor da CEB, Haroldo Brasil de Carvalho e o ex-secretário do Governo
Arruda, Wellington Luiz Moraes foram absolvidos. Carvalho por ter mais de 70
anos, em razão da prescrição e Moraes em conformidade a manifestação do
Ministério Público.
Relembre o caso
O
caso se refere à oferta de vantagem financeira e contratual ao jornalista
Edmilson Edson dos Santos para que fizesse afirmação falsa em depoimento à
Polícia Federal no Inquérito 650/DF, que tramitava no Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Sob liderança do ex-governador José Roberto Arruda, os réus
pretendiam que a testemunha dissesse que os fatos apurados na Operação Caixa de
Pandora haviam sido inventados pelo colaborador processual Durval Barbosa para
prejudicar Arruda.
Também
se apurou que, novamente sob o comando do ex-governador, os réus inseriram
declaração falsa em carta que entregaram à testemunha Edmilson Edson dos
Santos, com a finalidade de que ela a assinasse e entregasse à Polícia Federal.
A declaração falsa, que tinha por objetivo alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante, consistia na afirmação de que o colaborador Durval
Barbosa teria manipulado e forjado os vídeos gravados por ele em que aparecem
políticos, empresários e servidores públicos de Brasília, com o propósito de
incriminar o então governador do DF e outras pessoas.
Essa
é a segunda condenação de José Roberto Arruda em ações criminais decorrentes da
operação Caixa de Pandora. Ele já tinha sido condenado a 3 anos, 10 meses e 20
dias pela prática do crime de falsidade ideológica. O ex-governador responde a
outras onze ações
Sacola de dinheiro
Em
fevereiro de 2010, Antônio Bento foi filmado pela Polícia Federal , em uma
lanchonete, durante o encontro com Edson Sombra quando lhe entregou uma sacola
com R$ 200 mil. Sombra declarou em depoimento que a quantia era parte do suborno,
R$ 3 milhões, que tinha sido acertado com o ex-governador Arruda.
Mensalão do DEM
Deflagrada
pela Polícia Federal em 2009, a Operação Caixa de Pandora investigou a
distribuição de recursos ilegais à base aliada do Governo do Distrito Federal.
Segundo as investigações, Arruda, na época governador do DF, chefiava um
esquema de cobrança de propina de empresas de informática que tinham contrato
com o Executivo. O dinheiro era usado para comprar apoio de deputados
distritais. (DP)
Segunda-feira,
24 de setembro, 2018 ás 19:00
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