O
ex-ministro Ciro Gomes demonstrou, sexta-feira(29), todo o ódio e ressentimento
com a perspectiva de o irmão Ivo Gomes ser derrotado nas eleições para prefeito
de Sobral, cidade natal dos Ferreira Gomes. Em entrevista à rádio Tupinambá AM,
Ciro qualificou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como
"assassino", por ter, segundo Ciro, determinado que os grevistas da
Polícia Militar "fossem executados" durante greve ocorrida no Governo
Tasso, há mais de 15 anos.
"Tasso,
quando era governador, houve um motim da Polícia Militar, e eu estava junto com
o Tasso quando ele mandou atirar nos grevistas. O coronel disse assim: 'mas
governador, pode morrer gente'. E ele disse assim: 'Que morra'".
Contraditoriamente,
Ciro denuncia que "seu amigo" Tasso faz parte hoje de uma
"coalizão do ódio". Diz ainda que: "Tasso Jereissati, meu velho
amigo, perdeu qualquer veleidade de espírito público, de amor ao povo, acho que
ficou magoado com a derrota e agora é ódio só".
Em
seguida, Ciro afirma ainda que o ex-governador Cid Gomes (PDT) deveria ter
mandado prender, quando ainda era governador, o deputado estadual Capitão
Wagner (PR). "Devia ter mando prender esse vagabundo. É mancomunado com
tudo que não presta. Vive de explorar o terror, vive de emular a dificuldade.
Participa ou pelo menos é conivente com essas milícias que estão entranhadas
dentro da Polícia", voltou a atacar Ciro sem apresentar nenhum tipo de
prova.
Wagner
é pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza contra o apadrinhado de Ciro, o atual
prefeito Roberto Cláudio (PDT), e conta com o apoio das lideranças da oposição
no Estado, o PMDB e o PSDB.
Eunício
Assumindo
a função de metralhadora que vem exercendo há anos na família, Ciro atira ainda
no senador Eunício Oliveira (PMDB). Ciro acusa o parlamentar de lucrar com a
falta de segurança no Ceará. "Eunício vende segurança privada".
"Se
você vivesse o seu negócio, a sua fortuna, o seu helicóptero, o seu jatinho,
sua mansão com lago em Brasília, suas fortunas de apartamento em Nova Iorque,
tudo você tira de vender segurança particular, se você acabar com a violência,
acaba o negócio". (Ceará News)
LULA, DELCÍDIO, BUMLAI E
OUTROS 4 VIRAM RÉUS POR TENTAR 'MELAR' A LAVA JATO
O
juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou sexta-feira(29),
denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal
(MPF-DF) contra o ex-presidente Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral, o
ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro Andre Esteves, o
advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele,
Maurício Bumlai.
Agora
réus, eles são acusados pelo crime de obstrução das investigações da Operação
Lava Jato por tentarem impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada.
A
denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no começo deste ano,
mas o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato na Corte,
determinou que fosse enviada para a Justiça Federal de Brasília depois que
Delcídio foi cassado no Senado e perdeu o foro privilegiado.
O
MP informou que os detalhes do aditamento da denúncia não serão divulgados em
razão do sigilo, mas esclareceu que o procurador pediu o fim do sigilo no caso.
(AE)
‘SE QUERIAM ME
TIRAR DE 2018, ISSO NÃO ERA NECESSÁRIO', DIZ LULA
Réu
por tentar obstruir a Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou sexta-feira(29), durante evento em São Paulo, ver intenções
políticas nas investigações das quais é alvo. O petista insinuou que as
acusações fortalecem sua intenção de concorrer à Presidência em 2018.
"Se
o objetivo de tudo isso é me tirar de 2018, isso não era necessário, a gente
escolheria outro candidato mais qualificado, mas essa provocação me dá uma
coceira" disse. O petista lidera a corrida presidencial, segundo pesquisa
Dafafolha divulgada no dia 16, mas perderia em todos os cenários de segundo
turno.
Durante
o discurso em evento de sindicalistas, o ex-presidente disse que não vai se
calar diante de ameaças e afirmou que não precisa provar nada, citando as
investigações sobre a propriedade de uma apartamento no Guarujá e uma chácara
em Atibaia. "Eu já cansei, eu não tenho que provar que tenho apartamento,
quem tem que provar é a imprensa que acusa, o Ministério Público que fala o que
eu tenho, a Polícia Federal que falou o que eu tenho, eles que têm que
apresentar documento de compra, pagamento de prestação, algum contrato
assinado, porque se não tiver, eles terão que me dar de presente um apartamento
e uma chácara, aí eu ganharei de graça essas coisas que eles falam que eu
tenho", disse.
Lula
se tornou réu por tentativa de obstruir a Justiça ao tentar comprar o silêncio
do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. A chácara em Atibaia e o apartamento
em Guarujá não têm relação com a acusação aceita nesta sexta pela Justiça.
Segundo
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Lula teria participado de uma
trama para comprar o silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró. Na última quinta-feira, 28, Lula encaminhou ao Comitê de
Direitos Humanos da ONU uma denúncia contra o Estado brasileiro para tentar
barrar ações que considera "abuso de poder" do juiz Sérgio Moro e dos
procuradores da Operação Lava Jato. O órgão, no entanto, não tem como punir o
Brasil nem impedir uma prisão. Pode apenas fazer recomendações e,
eventualmente, indicar se um juiz atua com parcialidade, sem qualquer
implicação legal imediata. Mas uma avaliação da entidade poderia pesar e criar
pressão a favor ou contra o ex-presidente.
Impeachment.
Ainda durante o evento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o
Brasil passou por um golpe parlamentar. Para ele, a admissibilidade do processo
de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, foi, na verdade, um
gesto de vingança política dos deputados e senadores que votaram contra a
petista.
"Os
deputados e senadores que votaram pela admissibilidade do processo de
impeachment de Dilma (Rousseff) carregarão na sua consciência, pelo resto da
vida, o fato de terem votado de forma irresponsável, rasgando a constituição,
contra uma mulher que não tem contra ela nenhum crime de
responsabilidade", disse o ex-presidente.
Lula
também criticou as homenagens que os deputados fizeram a seus familiares no dia
da votação da admissibilidade do processo na Câmara. "Essa gente não pensa
na família, querem tirar do governo um partido que, com todos os defeitos que
tenha tido, é o partido que poderia ter a história mais longeva de governar
esse país, que fez em apenas 13 anos o maior processo de inclusão social, sem
dar um único tiro, apenas exercendo a democracia e a participação
popular", afirmou. (AE)
LULA DIZ QUE
ESTÁ “CANSADO” DE DENÚNCIAS CONTRA ELE
Em
discurso para trabalhadores do ramo financeiro na capital paulista, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse sexta-feira (29) que soube da
notícia da decisão da Justiça Federal que o tornou réu no processo da Operação
Lava Jato, mas que não tinha conhecimento detalhado sobre ela.
“Eu
não quero falar dos meus problemas pessoais para não transformá-los em
problemas coletivos, mas enquanto estou aqui conversando com vocês eu fiquei
sabendo que foi aceita uma denúncia contra mim de obstrução da Justiça”, disse.
“Vamos ver, eu não conheço, sei apenas da notícia, vamos ver o que que é, eu
não ia tocar no assunto, mas eu já cansei”.
Em
seguida, o ex-presidente passou a se defender das acusações de que é
proprietário de um sítio em Atibaia (SP) e de um apartamento no Guarujá (SP).
“Eu não tenho que provar que eu tenho apartamento, quem tem que provar é a
imprensa que acusou, é o Ministério Público que falou. A Polícia Federal que
diz que eu tenho”, disse Lula. “Eles que tem que apresentar documento de
compra, pagamento de prestação, algum contrato assinado. Porque se não tiver,
em algum momento eles terão de me dar de presente uma chácara e um apartamento
e aí ganharei de presente”.
A
decisão da Justiça Federal, no entanto, não diz respeito a propriedade dos
imóveis. A Justiça Federal aceitou a acusação de que Lula tentou impedir o
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo
de delação premiada com a força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato.
(ABr)
DEMORA NO
IMPEACHMENT PREJUDICA PAÍS, DIZ TEMER.
A
aprovação do processo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff depende
de uma avaliação política, e não jurídica, e quanto mais demora a decisão a ser
tomada pelo Senado, pior para o País, afirmou sexta-feira(29), o presidente em
exercício Michel Temer.
Apesar
de afirmar, em entrevista a agências internacionais no Palácio do Planalto, que
o governo não pode e não deve interferir no cronograma, Temer ressaltou que os
senadores farão uma avaliação das “condições políticas” do governo.
"Essa
questão do impeachment no Senado não depende da nossa atuação. Depende da
avaliação política -não uma avaliação jurídica- que o Senado está fazendo. Nós
não temos e não poderíamos ter influência nesse processo”, afirmou.
“Eu
penso que o Senado vai avaliar as condições políticas de quem está hoje no
exercício e de quem esteve no exercício da Presidência até um certo período.”
Temer
disse que para defender sua permanência teria que fazer o auto-elogio de seu
governo, mas que a discrição não aconselharia -apesar de ressaltar várias vezes
durante a entrevista de cerca de uma hora, a boa relação que tem com o
Congresso, algo que faltava à presidente afastada Dilma Rousseff.
“O
que fizemos em 70 dias foi um avanço muito grande. Você não pode avançar num
sistema democrático se não tiver uma conexão muito grande entre o Executivo e o
Legislativo”, afirmou.
O
governo interino de Michel Temer completa nesta sexta-feira 77 dias e Temer
repete que, apesar da interinidade, precisa continuar trabalhando em “benefício
do país”, já que a Presidência da República independe de quem ocupa o cargo,
mas mostra alguma impaciência com a solução do processo.
Durante
a entrevista, demonstrou alguma preocupação com o prazo de votação do
impeachment pelo Senado, prevista para o fim de agosto, e chegou a afirmar que
terá dificuldades de representar o Brasil no encontro do G20, na China, nos
dias 4 e 5 de setembro, se o impedimento não for votado até lá.
O
G20 vem sendo programado para ser a primeira grande viagem internacional de
Temer, em uma estratégia para melhorar a imagem do Brasil no exterior depois do
afastamento de Dilma Rousseff, mas Temer admitiu que pode desistir da viagem se
a votação passar para o início de setembro.
“O
Brasil precisa sair desse impasse. O mundo precisa sair desse impasse. Eu vou
ter alguma dificuldade, vou ter que examinar (se impeachment não for votado). A
situação de interinidade não dá a mesma potência para o Estado brasileiro”,
afirmou, ressaltando que espera uma solução, seja para sua permanência ou para
a volta de Dilma.
Temer
lembrou ainda que a demora no processo dificulta a retomada econômica do país,
já que os investidores esperam para saber o futuro das relações políticas.
“Dizem
que quando terminar o processo do impeachment o investidor saberá com quem vai
falar e isso vai incentivar o investimento. Dizem que há muita gente aguardando
exatamente o processo de agosto", afirmou.
"Quanto
mais demora a avaliação do impedimento, mais prejudicial para o país. Quando
antes solucionar, mais benéfico”, disse.
Questionado
sobre a relação com Dilma Rousseff e com a nova oposição, Temer disse que,
desde o afastamento, não teve qualquer contato com a presidente e não deverá
ter.
“Eu
vejo gestos muito agressivos dos que querem o retorno dela. Em vez de
argumentar no Senado, o fazem nas ruas”, afirmou, dizendo que continuará a
falar “docemente”.
“Se
eu tivesse alguma coisa a dizer aos movimentos a favor (do impeachment) eu
recomendaria que nada fizessem, porque agora não adianta.
Corrupção.
Questionado sobre os problemas de corrupção que abalaram o governo Dilma, do
qual vazia parte como vice-presidente, Temer voltou a dizer que não tinha
participação ativa nas decisões.
Já
sobre as acusações de que seu partido, o PMDB, também recebeu doações ilegais,
afirmou nunca ter sabido de nada e que o partido recebeu “uma série de doações
oficiais”.
“Nunca
houve uma coisa que eu pudesse dizer ‘isso veio por fora’. Não é o tradicional
‘eu não sabia’. Não é exatamente isso. É que as doações que vinham entravam
oficialmente no partido e saiam oficialmente. Eu não tinha a menor notícia de
qualquer gesto de corrupção”, garantiu.
Temer
ressaltou que muitas vezes têm se falado que as doações legais poderiam ter
origem em dinheiro de propinas.
“Isso
precisa provar, que foi realmente a propina que levou a doações oficiais”,
disse.
A
chapa Dilma-Temer, eleita em 2014, é alvo de ações no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) que podem levara à cassação dos mandatos.
Para
Temer, é preciso ressaltar é que as instituições estão funcionando
regularmente. "Se não estivessem, a Lava Jato não iria até onde foi. Havia
corrupção, havia. Vai melhorar, porque a Lava Jato vai produz esse efeito”,
afirmou.
O
presidente interino garantiu, ainda, que não vai trabalhar pelo seu partido nas
eleições municipais, apesar de desejar sucesso ao PMDB.
“Tenho
uma base muito ampla. Eu não vou entrar nas questões municipais porque
desagrado a base. Estou mais interessado em tirar o país da recessão e ficar
popular”, brincou. (AE)
Sábado,
30 de julho, 2016
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