O PMDB vai pedir urgência no projeto que proíbe o bloqueio do
WhatsApp. Com isso, o texto deve ser votado já na volta do recesso parlamentar.
Do ano passado para cá, o aplicativo foi bloqueado quatro vezes por decisão
judicial. A última foi terça-feira (19). Em todos os casos, o Supremo Tribunal
Federal (STF) derrubou as liminares de primeira instância.
“É descabida a utilização do bloqueio de um serviço tão
essencial, usado inclusive para fins profissionais ou comerciais”, explicou
Arthur Maia (PPS-BA), autor do projeto. (AE)
USO DO FGTS
PARA CONSIGNADO SÓ DEVE SAIR EM SETEMBRO
A
Caixa Econômica Federal vai levar pelo menos mais dois meses para tirar do
papel o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados. A nova linha,
com condições mais favoráveis aos trabalhadores, tendo em vista que a garantia
diminui o risco de os bancos tomarem calote, deveria estar em vigor desde 30 de
março, quando o governo da presidente afastada Dilma Rousseff mandou a Medida
Provisória (MP) ao Congresso. Mas só vai estar disponível, segundo estimativas
do governo, em setembro.
O
trabalhador que queira usar 10% do saldo do FGTS e a totalidade da multa
rescisória (de 40% sobre o total depositado pelo empregador) como garantia para
um empréstimo consignado ainda não vai encontrar essa opção porque o sistema
que permitiria aos bancos criar a linha não foi desenvolvido pela Caixa.
O
banco respondeu, em nota, que, nas próximas semanas, vai iniciar as “tratativas
no âmbito técnico”, inclusive sobre a formatação do modelo operacional. Só
então poderá estimar o prazo para desenvolvimento e implantação do novo
serviço. “A Caixa destaca que já tem desenvolvido estudos e adotado medidas
internas que independem da formatação do respectivo modelo operacional, de modo
a favorecer a implantação mais qualificada desse novo processo”, afirmou a
instituição.
O
conselho curador do FGTS, formado por representantes do governo, dos trabalhadores
e dos patrões, também não fez sua parte, que era definir as condições desse
empréstimo, ou seja, as taxas mensais e o número máximo de parcelas que podem
ser cobrados nas operações.
Segundo
o coordenador-geral do FGTS no Ministério do Trabalho, Bolivar Moura Neto, a
decisão sobre as características desses empréstimos só deve sair em setembro.
Nesta quarta-feira, o conselho curador se reúne, mas o assunto não está na
pauta. Uma das propostas é que os juros do consignado com garantia do FGTS
sejam semelhantes aos cobrados nas operações para os aposentados do INSS, de
2,34% ao mês. No entanto, segundo Moura Neto, o conselho curador só quer bater
o martelo sobre a taxa quando for possível que os trabalhadores contratem a
operação no dia seguinte, o que depende da Caixa.
Os
bancos cobram juros menores – em comparação com outras linhas – nos empréstimos
consignados porque os descontos são feitos diretamente na folha de pagamento.
No caso dos trabalhadores da iniciativa privada, porém, havia resistência por
parte das instituições financeiras por conta do risco de os empregados serem
demitidos.
Os
bancos eram mais restritivos aos trabalhadores da iniciativa privada por conta
desse risco. A maior parte do consignado é destinada a funcionários públicos e
aposentados e pensionistas do INSS, que respondem por mais de 90% do que foi
desembolsado.
Juro
maior. O risco de calote por causa da demissão também encarecia as operações
para os trabalhadores do setor privado que pagaram, em média, 43,9% de juros ao
ano, em maio, segundo dados do Banco Central, enquanto os funcionários públicos
e beneficiários do INSS pagaram 27,7% e 30,7% no período, respectivamente.
Mesmo assim, as taxas foram menores do os 53,9% cobrados, em média, nas
operações de crédito pessoal.
Mesmo
sendo usados como “caução” nos empréstimos consignados, os recursos do FGTS não
ficarão bloqueados na conta do trabalhador. Ele poderá usar, por exemplo, para
moradia ou doença quando ele for demitido, seguindo as regras do fundo. Os 10%
do total mais a multa só serão destinados ao pagamento do consignado caso haja
necessidade desse montante para quitar o resto do empréstimo no momento da
demissão.
Colocar
em “banho-maria” a operacionalização do empréstimo consignado com garantia do
FGTS também foi uma forma de conter as críticas à medida dentro do conselho
curador do fundo. “Estamos dando uma corda para o trabalhador se enforcar”, diz
Luige Nese, da Confederação Nacional de Serviços (CNS).
Ao
propor a medida, o governo Dilma estimou que se apenas 10% do total do FGTS
mais as multas por demissão sem justa causa fossem usados, seriam injetados R$
17 bilhões na economia. (AE)
TEMER RECEBE
DIRIGENTES DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO PAÍS
O presidente da República em exercício, Michel Temer, recebe quarta-feira
(20), às 15h, no Palácio do Planalto, o presidente da Associação Nacional das
Micro e Pequenas Empresas (Assimpi) e do Sindicato da Micro e Pequenas
Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri. Na reunião, será
apresentado um quadro atualizado dos problemas e situações do setor da economia
nacional.
Além de Couri, estarão presentes no encontro com Temer 19
representantes das micro e pequenas empresas do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Pará, Mato Grosso, Pernambuco, Rondônia e Acre. O Simpi, por exemplo,
agrega mais de 40% das micro e pequenas empresas do país, sendo responsável
direto por 1.200 empregos diretos somente na capital paulista.
TEMER TEM 30
DIAS PARA PAGAR MULTA NA JUSTIÇA ELEITORAL
O
presidente, Michel Temer (PMDB/SP), tem 30 dias contados a partir desta
terça-feira, 19, para pagar a multa no valor de R$ 80 mil referente ao processo
no qual foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por doação acima
do permitido na legislação. Por esta condenação, Temer pode ser enquadrado na
Lei da Ficha Limpa caso tente se candidatar a um cargo eletivo nos próximos
oito anos.
O
peemedebista deverá retirar uma Guia de Recolhimento da União (GRU) na 5ª Zona
Eleitoral, no bairro de Jardim Paulista, e retornar ao local para informar o
pagamento. Se perder o prazo, o presidente em exercício entra no cadastro da
Dívida Ativa da União. O pagamento da multa não anula os efeitos da condenação,
segundo a Justiça Eleitoral.
Temer
foi condenado no início de maio por unanimidade no plenário do TRE-SP por ter
feito doações acima do limite imposto pela legislação eleitoral na campanha de
2014, na qual o peemedebista concorreu na chapa da então candidata Dilma
Rousseff (PT).
Segundo
a representação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral, o então candidato a
vice doou ao todo R$ 100 mil para dois candidatos do PMDB do Rio Grande do Sul
a deputado federal, Alceu Moreira e Darcísio Perondi, que receberam R$ 50 mil,
cada um. O valor é 11,9% do rendimento declarado pelo vice em 2013. Naquele
ano, Temer declarou ter tido rendimentos de R$ 839.924,46. O peemedebista não
poderia, portanto, doar quantia superior a R$ 83.992,44, uma vez que a lei
eleitoral impõe teto de 10% do rendimento declarado pelo doador no ano
anterior.
A
lei da Ficha Limpa estabelece, na alínea “p” do inciso 1º, que fica inelegível
‘a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações
eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por
órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a
decisão’.
Defesa de
Temer
Responsável
pela defesa do presidente Michel Temer no caso, o advogado Gustavo Mendes
afirmou que vai entrar em contato com a Justiça eleitoral para negociar a forma
de pagamento. A assessoria da Presidência informou apenas que Temer vai pagar a
multa e não vai comentar o assunto. (AE)
SUS OFERECERÁ
REMÉDIO QUE PODE PREVENIR A INFECÇÃO PELO HIV
O
Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 19, que pretende incluir na
lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do
ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV. A informação foi dada
pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério,
Adele Benzaken, durante a 21.ª Conferência Internacional de Aids, na África do
Sul, e confirmada pelo órgão federal.
Chamado
de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas mais conhecido como truvada – seu nome
comercial –, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da
Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como
leves disfunções gastrointestinais e renais. A pílula de ingestão diária
combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é
indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance de contágio.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio diminui em até
92% o risco de o vírus entrar nas células.
A
estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao
medicamento no primeiro ano. “O remédio deverá ser ofertado em serviços
especializados do SUS para populações com risco acrescido, como travestis,
homens que fazem sexo com homens, transexuais e profissionais do sexo”, disse a
pasta, em nota.
Em
julho de 2014, a OMS divulgou diretriz recomendando que homens homossexuais
utilizassem a PrEP como forma adicional de prevenção à infecção por HIV, além
do preservativo. “As taxas de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com
homens continuam altas em quase todos os lugares do mundo e novas opções de
prevenção são necessárias com urgência”, declarou a organização, em informe na
época.
Segundo
o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um
protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de
Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos
são incluídos na rede pública. Como a maioria dos integrantes da comissão
pertence a órgãos do ministério, o antirretroviral não deverá enfrentar
dificuldade para ter sua incorporação aprovada.
Aval.
Para dar base à decisão de incluir o antirretroviral em sua lista de
medicamentos gratuitos, o ministério financiou dois estudos de PrEP no Brasil,
que estão sendo conduzidos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz. Para Zarifa Khoury, infectologista do
Instituto Emílio Ribas, a medida anunciada pelo ministério é positiva e
necessária. “Até hoje, a camisinha sempre foi a única forma de prevenção, mas,
claramente, não atende a todos. Tanto não atende que a epidemia não parou de se
alastrar. Há algumas pessoas que não conseguem usar o preservativo em 100% das
situações e, para eles, a PrEP é necessária. A ideia é que ela seja associada
ao uso da camisinha.” (AE)
CENTRÃO AGE
PARA ADIAR CASSAÇÃO DE EDUARDO CUNHA
Apesar
do discurso de pacificação, menos de uma semana depois da eleição do deputado
Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, a base aliada voltou a divergir
sobre o melhor momento para levar ao plenário a cassação do deputado afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De
um lado, os líderes do Centrão (PP, PSD, PR, PTB, PSC e partidos nanicos),
grupo ligado ao peemedebista, são cautelosos e consideram que não haverá quórum
suficiente para a votação em agosto, depois do recesso legislativo.
Do
outro, os partidos do grupo de Maia – DEM, PSDB, PPS e PSB – afirmam que
convocarão as bancadas para tentar assegurar um número mínimo para votar a
cassação de Cunha em agosto. “O PSB vai cobrar presença, igual escolinha”,
afirmou o líder do partido, Paulo Foletto (ES). “Virá todo mundo e terá quórum
elevado”, disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR). Para ele, a ausência da
maioria dos deputados neste período seria “desmoralizante”.
No
meio da pressão, Maia afirmou ontem que poderá pautar o processo entre os dias
8 e 12 de agosto. “Na primeira semana acho difícil, mas a partir da segunda é
possível. Eu só não quero dar data porque se não tiver quórum vocês vão ficar
me cobrando que eu adiei a votação. Vamos ter uma noção melhor na primeira
semana, como vai se construir o quórum para dar uma data objetiva”, disse.
A
primeira semana de atividades no Congresso vai coincidir com a realização das
convenções partidárias, que definirão os candidatos para a disputa municipal.
Outro fator que pode influenciar é o início da Olimpíada no Rio. “Não sei se
vai ter quórum”, afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
“O
presidente falou que se não tiver um quórum de 460, ele não vai colocar para
votação (o processo contra Cunha). É um risco, mas acredito que será votado”,
considerou o líder do PR, Aelton Freitas (MG). O processo foi enviado pela
Comissão de Constituição e Justiça à secretaria-geral da Mesa e não há prazo
definido para que Maia dê início aos debates no plenário.
Anticorrupção.
Outro item que deve entrar na pauta de votações da Câmara no segundo semestre é
o projeto das 10 medidas de combate à corrupção encampadas pelo Ministério
Público. Segundo Maia, a expectativa é de que as medidas sejam analisadas até 9
de dezembro, Dia Internacional contra a Corrupção. Ao receber um grupo de
juízes e procuradores nesta terça-feira, 19, Maia indicou que o tema será uma
de suas prioridades.
A
comissão que vai analisar o pacote foi instalada na semana passada, quatro
meses após a proposta ser apresentada. “Queremos estar até lá com a matéria
votada”, disse o relator do projeto no colegiado, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Anexo.
O novo presidente da Câmara desistiu de iniciar as obras de construção do anexo
da Câmara. Maia alegou que não é o momento de a Casa utilizar recursos públicos
para a construção de um prédio. Maia informou nesta terça-feira o
primeiro-secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), que não levará
adiante o projeto, bandeira de campanha de Cunha.
A
Casa já havia desembolsado R$ 50 mil para os primeiros trabalhos de escavação
de solo. Maia afirmou que a modernização do complexo pode ser feita “quando o
País estiver voltando a crescer economicamente”. “No momento de crise, não cabe
esse investimento.”
Maia
se disse preocupado com a repercussão do gasto. “Neste momento, acho que a
sinalização da construção de um anexo não vai cair bem aos ouvidos da
sociedade.”
Inicialmente,
foi cogitada a construção do anexo com a participação privada, mas não houve
interesse de empresas e o projeto do “Parlashopping” – que custaria R$ 1 bilhão
– foi abandonado. A Mesa Diretora decidiu então gastar R$ 320 milhões do
próprio bolso na obra que expandiria a antiga estrutura da Câmara, sem lojas.
(AE)
Quarta-feira,
20 de julho, 2016
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