A
impávida imagem da presidente licenciada Dilma Rousseff continua firmemente
pregada nas paredes das repartições públicas federais, às costas das mais
graduadas autoridades da República, como que para recordar a todos que ela e
seu partido, o PT, podem parecer que estrebucham mas que, na verdade, estão
vivinhos da silva.
O
presidente Michel Temer avança com confiança e cautela. Assumiu o poder com ânimo republicano e
parece decidido a mudar o País.
Acredita, mesmo, que já começou a recolocar o Brasil de volta nos
trilhos da racionalidade e do progresso. No mundo real, contudo, as coisas não
são tão simples assim.
Na
Esplanada dos Ministérios, a grande massa dos assessores ocupantes dos chamados
cargos de confiança, ou é filiada ao Partido dos Trabalhadores e partidos
aliados, ou deles são simpatizantes entusiasmados. Essa massa de funcionários –
a maior parte dos quais com duvidosa qualificação e sem ter se submetido a
concurso público – não quer largar o osso, e, portanto, não se entusiasma com
Temer no poder. Muito pouca gente sente dever-lhe lealdade.
Mesmo
em ministérios e repartições das chamadas carreiras de Estado, funcionários que
rastejaram aos pés do PT e a ele foram vergonhosamente subservientes, em troca
de migalhas, buscam apresentar-se agora como probos, sérios e isentos. Esses,
não saberá talvez Temer, são os piores, pois são os que apunhalam pelas costas,
traindo sem pestanejar seus chefes, desde que um outro lhes venha oferecer
migalhas maiores.
O
ensinamento básico de Maquiavel é que o governante que pretenda sucesso deve
fazer as coisas más numa só tacada, e fazer as boas aos poucos. Manter em
cargos de destaque integrantes ou simpatizantes do PT, ou seus lambe-botas, é,
por exemplo, uma besteira inominável.
Também
é inadequado anunciar-se que medidas duras serão tomada, ao invés de
anuncia-las de imediato. Muita falação cria desnecessariamente um clima
negativo quando o importante seria o restabelecimento da confiança e do
otimismo.
Na
esfera econômica tem-se feito alguma laudação, mas grandes incertezas pairam
ainda no ar. A dificuldade para a definição da meta de resultado primário para
2017 é uma delas, e muito grave. Ter com meta para o ano que vem um déficit tão
polpudo como o que será registrado em 2016 é simplesmente inaceitável.
Caso
não faça alguma coisa, rápida, efetiva e vigorosa, a equipe econômica muito em
breve começará a trilhar o caminho da perda de credibilidade de seus
predecessores. A sociedade não compartilha com o ministro Eliseu Padilha a
posição de que um déficit primário de 170 bilhões de reais em 2017 seria uma
coisa ótima. Não é ótima, é péssima!
O
Diário do Poder traz hoje matéria sobre o aparelhamento da Autoridade Pública
Olímpica pelo PT e pelo PCdoB, recordando que o próprio presidente da APO foi
escolha de Aloizio Mercadante. Não é à
toa que seja forte a torcida para que as coisas dêm errado com os jogos Rio
2016.
O
PT continua também a mandar na máquina de comunicação do governo federal, tendo
o controle da EBC.
E
assim se pode constatar em toda a Esplanada, ministério por ministério;
secretaria por secretaria, onde do segundo escalão para baixo muitas vezes a
torcida pelo regresso de Dilma é escancarado. Ninguém quer o fim das
boquinhas...e das boconas.
Por:
Pedro Luiz Rodrigues
Quinta-feira,
07 de julho, 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário