Para
evitar a repetição dos atoleiros que atrapalharam o escoamento da produção de
grãos do Mato Grosso para os portos do Norte do País, o governo decidiu colocar
o Exército para asfaltar um trecho da BR-163 no Pará. A promessa é concluir a
pavimentação do trecho até Miritituba, em cujo distrito chamado Itaituba
existem terminais graneleiros que utilizam o transporte fluvial, até o fim do
ano que vem.
Já
neste ano não haverá a repetição dos atoleiros, garantiu o ministro dos
Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa. As obras de
pavimentação já avançaram e, nos trechos que ainda não estarão asfaltados no
próximo verão, haverá uma cobertura provisória de cascalho. Além disso, a
presença do Exército ajudará a garantir a trafegabilidade do trecho.
As
tropas trabalharão num trecho de 65 km entre Novo Progresso e Igarapé do Lauro
para o qual já estava contratada uma construtora. Essa, porém, informou que não
conseguiria executar a obra. Segundo Quintella, seria muito demorado fazer uma
nova licitação para contratar outra empresa para continuar o serviço. Por isso,
ele levou ao presidente Michel Temer a proposta de colocar o Exército para
trabalhar no trecho.
Num
exemplo sobre como multiplicar dividendos políticos com poucos recursos
orçamentários, foi assinado hoje pela manhã um termo de transferência de
recursos de R$ 128,5 milhões para o Exército. A cerimônia contou com a presença
de três ministros. Além de Quintella, participaram o ministro da Agricultura,
Blairo Maggi, e o da Integração Nacional, Hélder Barbalho. O evento,
originalmente marcado para a tarde de ontem, foi transferido para hoje para que
os parlamentares do Pará pudessem participar.
Empolgado,
o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defendeu que o governo se empenhe em concluir
a pavimentação de toda a rodovia até Santarém. "Ficaria para a
história", comentou. Ele disse que apresentou essa sugestão a Temer. O
deputado Beto Salame (PP-PA) aproveitou para pedir a duplicação da BR-230 nas
proximidades de Marabá e disse que, se fosse o caso, apresentaria emenda ao
orçamento de 2018 com esse fim.
O
asfaltamento da BR-163 no Pará é uma batalha de 50 anos, disse Blairo Maggi.
Ele contou que, em 1999, participou de um "caminhonaço", no qual os
produtores do Mato Grosso colocaram tratores em cima de caminhões e partiram
pela rodovia, abrindo caminho e construindo pinguelas para chegar a Miritituba.
Ele frisou que a renda dos produtores depende do acesso aos portos do chamado
Arco Norte, no qual a BR-163 tem papel fundamental.
Na
última safra, segundo Quintella, o volume de exportações de produtos do
complexo soja pelos portos do Sul e Sudeste avançou 4,1%, enquanto nos do Arco
Norte cresceram 34,6%. A pavimentação da BR-163 no Pará, disse ele, tem
recursos garantidos, que não podem ser contingenciados (bloqueados) pela área
econômica. "É uma obra prioritária", afirmou. (AE)
Sexta-feira,
18 de agosto, 2017 ás 00hs05
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