O
aumento do número de cargos de confiança, em autêntico "trem da
alegria", começou a ser discutido ainda durante o processo eleitoral para
a presidência da Câmara, quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) se reelegeu.
Atualmente,
a Câmara possui 3.124 servidores concursados, que recebem entre R$ 15.035 mil a
R$ 28.801,02 por mês. Desses funcionários, 1.719 acumulam funções comissionadas
(ou "de confiança"), que variam de R$ 3.500 a R$ 9.430.
Os
cargos de confiança somam 11.792, sendo 1.621 ocupantes de CNE's, que ganham
salários de R$ 3.346 a R$ 18.172; e 10.171 secretários parlamentares, recebendo
de R$ 936 a R$ 14.334 mensais. A Câmara permite um total de gastos de R$
101.971 por gabinete para contratações.
No
sábado, integrantes das áreas de Recursos Humanos e Pessoal da Câmara se
reuniram, a pedido da presidência, para discutir uma proposta sobre o assunto,
que deverá ser apresentada na próxima reunião da Mesa. O objetivo é que a
medida seja aprovada por meio de resolução antes da instalação das comissões da
Casa. Maia negou, contudo, que pretenda incentivar a criação de novos cargos.
“Apenas pedi para entender porque quase metade dos servidores da Câmara receba
por funções gratificadas”.
‘Cabide
de emprego’. Em nota, a Frente Ampla de Trabalhadoras e Trabalhadores do
Serviço Público pela Democracia acusa a Mesa Diretora de querer retirar mais de
cem cargos de comando (FCs) de servidores concursados para transferir os
recursos para a criação de cargos especiais. A frente diz que o objetivo é
“aumentar o cabide de empregos” na Câmara. “Órgãos da Casa tradicionalmente
técnicos, encarregados de garantir a lisura do processo democrático, estão se tornando
estruturas fantasmas povoadas de apadrinhados políticos daqueles que estão no
comando”, afirma a nota.
‘Reorganização’.
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Fernando Giacobo (PR-PR), afirmou que
não existe orientação da Mesa para aumentar os cargos especiais, e sim para
“reorganizar os trabalhos” a fim de economizar recursos. “A cada dois
funcionários concursados, um recebe FC”, comentou. Ele afirmou ainda que muitos
funcionários “são chefes de si mesmos” e usam as gratificações de maneira inadequada.
“Tem pessoas que passam no concurso, ainda estão no estágio probatório e já
ganham FC. Acho que isso está um pouco bagunçado’, avaliou.
O
primeiro-secretário garantiu que a realocação desses funcionários também
entraria na reorganização das funções. “Queremos otimizar os trabalhos, sem
gastar nada a mais para isso”, defendeu. Giacobo disse ainda que existem muitos
servidores de confiança dos deputados trabalhando em áreas administrativas da
Casa, o que não deveria ser permitido. Os cargos de confiança são direcionados
principalmente aos gabinetes dos deputados e aos líderes partidários.
Segunda-feira,
6 de Março de 2017 ás 10hs00
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