Em
visita ao Congresso Nacional, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot,
defendeu a importância de uma atualização da lei de abuso de autoridade. O
projeto está em pauta no Senado, mas é criticado por entidades ligadas ao
Judiciário. O procurador-Geral trouxe uma proposta com alterações em relação ao
texto que é discutido pelos senadores.
"Nós
do serviço público, que trabalhamos de forma responsável, nenhum de nós tem
medo de uma lei de abuso de autoridade", disse Janot após se reunir com os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE).
De
acordo com Janot, a entrega da proposta é uma iniciativa para que o projeto
seja discutido com mais profundidade. "Nós do serviço público, que
trabalhamos de forma responsável, nenhum de nós tem medo de uma lei de abuso de
autoridade", disse em relação às sugestões do Ministério Públicos.
Entre
as propostas apresentadas pelo procurador-geral da República está a de excluir
o chamado crime de hermenêutica do texto, para evitar que um juiz possa ser
punido se a sua decisão fosse modificada pela instância superior. O ponto já
vinha sendo defendido pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação
Lava-Jato na primeira instância.
Janot
também sugeriu que sejam incluídas punições para quem praticar a chamada
"carteirada". A ideia é que seja tratado como abuso de autoridade os
casos em que políticos e servidores públicos utilizam o cargo para obter
vantagens.
A
proposta volta à pauta do Senado nesta quarta-feira, 29, em discussão na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto, que havia sido esquecido
pelos senadores, voltou à pauta do Congresso após Janot enviar ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a nova lista de pedidos de abertura de inquéritos da
Lava Jato, com base nas delações da Odebrecht. Maia, Eunício e Renan serão alvo
de investigações no STF.
Pacote anticorrupção
O
procurador-geral também aproveitou a visita ao Congresso para pedir celeridade
na tramitação do projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção. A proposta foi
enviada aos parlamentares pelo Ministério Público, mas desvirtuada durante
votação na Câmara. Após ação judicial, o texto que já estava no Senado teve que
voltar para o domínio dos deputados e acabou perdendo a prioridade na pauta do
Congresso.
A
proposta votada pela Câmara também previa algumas medidas de punição a juízes e
procuradores, uma medida similar ao projeto de abuso de autoridade em
tramitação no Senado. (AE)
Quarta-feira,
29 de Março de 2017 ás 11hs00
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