São
mais de 50 os investigados da Operação Lava Jato
que, mesmo sem ocupar funções detentoras de foro privilegiado, têm inquéritos
contra si correndo no Supremo
Tribunal Federal (STF), e não na Justiça comum. Apesar
de não estarem nas funções, são alvos da Lava Jato cujas investigações tem
relação com outras autoridades detentoras de privilégio. As informações são da
edição desta quinta-feira do jornal O
Estado de S.Paulo.
Entre
os investigados privilegiados indiretamente, ainda segundo o jornal, estariam
ao menos três ex-presidentes da República, José Sarney (PMDB),
Luiz Inácio Lula da Silva
e Dilma Rousseff.
Outros nomes seriam parentes de autoridades, como o ex-ministro Paulo Bernardo
(PT) – casado com a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR) –, a
esposa do senador Fernando Collor (PTC-AL), Caroline Collor, e os filhos do
deputado Nelson Meurer (PP-PR), Nelson Junior e Cristiano.
Sarney
ficou de fora da primeira instância por dividir inquérito com outros
parlamentares do PMDB, com foro privilegiado. Lula e Dilma, são investigados ao
lado de dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marcelo Navarro e
Francisco Falcão, que também só podem ser julgados na suprema corte. A ação
contra os petistas também inclui no rol de nomes com foro dois
ex-ministros, Aloizio Mercadante (Educação) e
José
Eduardo Cardozo (Justiça).
Quadrilha
A
justificativa, de acordo com a reportagem, é que existe entre todos uma
acusação ampla, de formação de quadrilha, que perpassa os investigados em todos
os quatro processos penais decorrentes da Lava Jato que tramitam no STF. Outras
ex-autoridades que tem processos correndo no Supremo, mesmo que também em
outras instâncias, são o deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci
e até o ex-tesoureiro do PT João Vaccari.
Apesar
de existir aceitação quanto a tese de que pessoas sem foro privilegiado sejam
julgadas pelo Supremo – caso de José Dirceu, condenado no STF pelo
Mensalão anos depois de deixar o comando da Casa Civil –, gerou incômodo
uma decisão recente da Segunda Turma. O colegiado decidiu
negar ao juíz Sérgio Moro, da
primeira instância, o acesso às menções contra José Sarney na delação premiada
de Sérgio Machado, ex-presidente da estatal Transpetro. A avaliação de quatro
dos cinco ministros desta turma foi que, se compartilhadas, as informações
poderiam permitir a Moro abrir investigações paralelas às que já são conduzidas
pelo STF.
Quinta-feira,
2 de Março de 2017 ás 11hs30
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