A
briga dentro da bancada do PMDB do Senado pelo comando da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) caminha para ser resolvida no voto. Na disputa
estão nomes de peso da bancada ligados às principais lideranças do partido.
Entre os postulantes está o senador Edison Lobão (MA), ligado ao ex-presidente
José Sarney (MA) e ao líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).
Além
de Lobão também está na lista de candidatos o senador Raimundo Lira (PB), que
conta com o apoio do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Correndo
por fora está a senadora Marta Suplicy (SP), que inicialmente chegou a ser
cotada para a segunda vice-presidência do Senado, cargo ocupado por João
Alberto (MA), senador maranhense também ligado à Sarney e Renan. "Vou
buscar uma conciliação interna até a undécima hora entre os senadores. Acho que
é possível. Se não for, vamos para solução democrática do voto", afirmou
Calheiros.
O
vencedor da disputa será responsável, entre outras atividades, por conduzir a
sabatina e votação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que
deverá ser escolhido pelo presidente Michel Temer para o lugar de Teori
Zavascki, morto em acidente aéreo no último dia 19. O novo ministro do STF será
o revisor dos processos da Operação Lava Jato, no plenário da Suprema Corte.
Também
deverá entrar na agenda da CCJ a sabatina do próximo procurador-geral da
República, uma vez que o mandado do atual PGR, Rodrigo Janot, expira no próximo
mês de setembro. A instituição é responsável por conduzir parte das investigações
da Lava Jato, que tem como principal alvo congressistas envolvidos em esquemas
de desvios na Petrobras.
Apesar
de ser citado nas investigações, Edison Lobão considera que isso não o impede
de concorrer ao comando do colegiado. "E quantos também não foram citados.
Não sou denunciado de nada", ressaltou.
Domingo,
5 de fevereiro de 2017 ás 12hs20
FACHIN PODE SER VOTO
DECISIVO EM CONDENAÇÃO DE RENAN
Réu em ação penal por peculato, o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) terá o seu processo analisado pelos cinco ministros da Segunda Turma
do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado em que a maioria votou por
rejeitar totalmente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) contra o peemedebista.
Em dezembro, por 8 votos a 3, o plenário do STF decidiu
tornar Renan réu em uma ação penal por peculato - o peemedebista é acusado de
desviar recursos públicos de verbas indenizatórias do Senado por meio da
contratação de uma locadora de veículos em 2005.
Os ministros do Supremo acataram a denúncia, mas rejeitaram
as acusações de falsidade ideológica e uso de documento falso. O processo, que
tramita desde 2007 na Corte, é de relatoria do ministro Edson Fachin, que
migrou, na semana passada, da Primeira para a Segunda Turma.
Como Renan deixou a presidência do Senado na quinta-feira,
seu caso será concluído não mais pelo plenário da Corte - que julga o
recebimento de denúncia contra presidentes da República, do Senado e da Câmara
-, mas sim pela Segunda Turma, à qual pertence Fachin.
Além de Fachin, que também ficou com a relatoria da Operação
Lava Jato no Supremo, a Segunda Turma é composta pelos ministros Ricardo
Lewandowski, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello. No julgamento de dezembro,
apenas Lewandowski, Toffoli e Gilmar votaram por rejeitar a denúncia.
Seguno fontes do STF, Renan já havia dito a interlocutores
que preferia que o seu processo não fosse julgado pela Primeira Turma, por
considerar que teria mais chances de absolvição se o caso fosse analisado pelos
demais integrantes da Corte.
Julgamento
Em dezembro, Fachin votou pelo recebimento da denúncia contra
Renan apenas pelo crime de peculato. Fachin destacou que o senador apresentou
notas fiscais de uma empresa de aluguel de veículos, mas não havia lançamentos
que correspondessem ao efetivo pagamento desses valores, ao se analisar os
extratos bancários tanto da empresa quanto do próprio acusado.
“O que produz indícios
de que as notas fiscais não representam real transação comercial, mas sim
destinavam-se a mascarar o desvio de dinheiro público. Nessa fase processual, a
dúvida tende a favor do recebimento da denúncia”, disse Fachin na ocasião.
(AE)
Domingo,
5 de fevereiro de 2017 ás 12hs20
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