O
governo federal cancelou quase 85 mil auxílios-doença que vinham sendo pagos
indevidamente, o que trouxe uma economia de R$ 1,6 bilhão aos cofres da União.
O pente-fino nesses benefícios começou em julho do ano passado, após o governo
identificar 1,7 milhão de pessoas que estavam recebendo o benefício por
determinação judicial sem que tivessem passado por avaliação médica nos últimos
dois anos.
Até
agora, foram realizadas 87.517 perícias, o que resultou no cancelamento de
73.352 benefícios, 84% do total. O índice é bastante superior ao anunciado
inicialmente pelo governo, que disse trabalhar com uma expectativa de reversão
de 30% dos benefícios. Essa previsão, no entanto, poderia ser “facilmente seria
superada” segundo os técnicos.
Além
disso, foram cancelados outros 11.502 auxílios-doença devido à ausência dos
convocados. O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) constatou
que 1,7 milhão de pessoas estavam recebendo o benefício sem a devida avaliação
médica. Na primeira etapa, foram chamados 530 mil beneficiários – praticamente
metade já recebeu carta de convocação.
Os
dados do MDSA mostram ainda que cerca de 9 mil benefícios foram convertidos em
aposentadoria por invalidez, 1.141 em auxílio-acidente, 415 em aposentadoria
por invalidez com acréscimo de 25% no valor do benefício e 3.614 pessoas foram
encaminhadas para reabilitação profissional.
A
estimativa do governo federal é que a revisão de todos os benefícios concedidos
por incapacidade gere uma economia anual de R$ 8 bilhões aos cofres da União.
Depois do pente-fino nos auxílios-doença, a segunda etapa será a realização de
perícias em aposentados por invalidez com menos de 60 anos e que estão há mais
de dois anos sem avaliação médica.
“O
objetivo é colocar no devido lugar o gasto público. Há pessoas que deveriam
ficar três meses com o auxílio, mas recebem há dois, três anos. Falta dinheiro
para quem realmente precisa, sobrecarregando o sistema”, explicou o ministro do
Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra.
“Há
casos curiosos sendo descobertos, como de mulheres que passaram a receber o
benefício de auxílio-doença por causa de uma gestação de risco, mas que
continuaram como beneficiárias por anos após o nascimento do bebê. Quem recebe
o auxílio-doença indevidamente está lesando a poupança dos trabalhadores que
pagam os benefícios”, avaliou o secretário-executivo do MDSA, Alberto Beltrame.
Para
dar conta da força-tarefa, o governo instituiu um bônus aos médicos peritos do
INSS de R$ 60,00 por perícia realizada dentro do pente-fino. Para fazer jus ao
valor, as avaliações devem ser realizadas além do horário dedicados às perícias
periódicas do INSS. (AE)
Sexta-feira,
14 de Abril de 2017 ás 10hs58
Nenhum comentário:
Postar um comentário