Os
trabalhadores intermitentes brasileiros contratados no mês de novembro têm, em
sua maioria, até 29 anos, escolaridade até o ensino médio completo e são
principalmente mulheres. Estão concentrados nas regiões Sudeste e Nordeste e
atuam, em grande parte dos casos, como assistentes de vendas. Ainda não há
dados disponíveis sobre a remuneração desses trabalhadores.
Os
dados foram detalhados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho a
partir dos primeiros contratos intermitentes firmados após a entrada em vigor
da reforma trabalhista.
O
trabalho intermitente é aquele que permite à empresa convocar os trabalhadores
quando e se necessário, remunerando-os pelas horas cumpridas.
O
saldo de contratos intermitentes foi positivo em 3.067 em novembro. De acordo
com o coordenador-geral de Estatísticas da pasta, Mário Magalhães, houve forte
contratação de trabalhadores no regime intermitente por conta da Black Friday.
Segundo
ele, uma única grande rede de comércio de móveis e eletrodomésticos anunciou a
contratação de 1,2 mil pessoas nessa modalidade.
Segundo
os dados do Ministério do Trabalho, o comércio abriu 2.822 novas vagas de
empregos intermitentes, ou 92% do saldo total. Desses, 2.749 são assistentes de
vendas. Os serviços foram responsáveis por outros 185 novos postos.
As
contratações de intermitentes ficaram concentradas no Sudeste (1.305 novas
vagas) e no Nordeste (1.244 postos), mas com características diferenciadas. No
Sudeste, por exemplo, os contratos dessa modalidade ficaram concentrados em
Minas Gerais (408) e São Paulo (782), enquanto ficaram espalhados entre os
Estados nordestinos.
Ainda
de acordo com a pasta, 54% dos trabalhadores intermitentes contratados em
novembro são mulheres, contra 46% de homens. Mais de 2,1 mil têm até 29 anos,
ou 69% do total, enquanto apenas 3% têm 50 anos ou mais.
Pela
escolaridade, é possível verificar que os contratos intermitentes são mais
comuns no caso de trabalhadores que têm até o ensino médio completo (86%).
Apenas 8% dos empregados nessa modalidade têm ensino superior, e 7% têm até o
ensino fundamental completo.
Magalhães
explicou que a pasta ainda não tem dados detalhados sobre a remuneração dos
trabalhadores intermitentes. Há inclusive empresas com dificuldades em inserir
os dados da maneira correta - a orientação é informar o salário-hora do
empregado, o que será reforçado junto às companhias.
O
técnico admitiu, porém, que as estatísticas poderão acabar incorporando
contratos ativos sem que o trabalhador tenha exercido de fato a atividade, uma
vez que o Caged não detecta se e quando o empregado recebeu por aquele
contrato. "Pode ocorrer, mas não é a regra", minimizou. (AE)
Quinta-feira,
28 de dezembro, 2017 ás 10hs00
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