Candidato
a vice na chapa do PT à Presidência da República, o ex-prefeito paulistano Fernando
Haddad virou réu em ação de improbidade administrativa na qual o Ministério
Público de São Paulo pede a condenação do petista pelo suposto prejuízo de R$
5,2 milhões aos cofres da Prefeitura com a construção de uma ciclovia pela sua
gestão na capital (2013-2016).
A
ação foi movida em fevereiro de 2016 pelos promotores Marcelo Milani e Nelson
Sampaio e recebida anteontem pelo juiz Kenichi Koyama, da 11.ª Vara de Fazenda
Pública de São Paulo. Além de Haddad, também viraram réus os ex-secretários
Jilmar Tatto (Transportes), candidato do PT ao Senado, e Ricardo Teixeira
(Subprefeituras), um ex-assessor de Teixeira e a empresa Jofege Pavimentação e
Construção, contratada para executar a obra.
Segundo
o MP, a construção da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera de 12,4 km pelo valor de R$
54,7 milhões foi feita sem licitação, sem projeto executivo e com preço
superfaturado. Os promotores afirmaram que cada quilômetro custou R$ 4,4
milhões, valor 613% maior do que os R$ 617 mil pagos por quilômetro pela gestão
do antecessor Gilberto Kassab (PSD) para fazer a ciclovia que estava no local e
foi refeita por Haddad.
Segundo
os promotores, “todas as ilegalidades foram engendradas pelo prefeito Fernando
Haddad como decorrência de sua fixação de implantar a todo custo e o mais
rapidamente possível as ciclovias na cidade, mesmo que ao arrepio da legislação
vigente e de modo a causar prejuízo ao erário”. Os promotores pedem o
ressarcimento dos R$ 54,7 milhões do contrato ou ao menos a devolução do
prejuízo de R$ 5,2 milhões e pagamento por dano moral coletiva. Desde a
propositura da ação, todos os acusados negaram as irregularidades apontadas.
Em
nota, a assessoria de Haddad afirmou que “o próprio juiz” em seu despacho “cita
as medidas tomadas pelo prefeito no âmbito da Controladoria Geral do Município,
por ele criada, como argumento para afastar qualquer culpa ou dolo”. No
despacho, o juiz diz que “a criação da CGM dá sinais de que o mandatário
(Haddad) não tinha qualquer intento ilegal”. Isso, contudo, segue o magistrado
“não basta para isentar o correquerido da responsabilidade por sua omissão”.
O
advogado Luiz Tarcisio Ferreira, que defende Tatto, disse que “ele não tem nada
a ver” com o fato porque o contrato foi feito por outra secretaria. Os demais
réus na ação não foram localizados ontem.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Quarta-feira,
22 de agosto, 2018 ás 11:00
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