O juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou, nesta quinta-feira
(09/08), denúncia contra o ex-senador Gim Argello (sem partido) e o tornou réu
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A força-tarefa Lava Jato do
Ministério Público Federal (MPF) no Paraná acusa o ex-parlamentar de receber
propina da Galvão Engenharia para amenizar as investigações relativas à empresa
em comissões de inquérito da Petrobras instauradas no Congresso Nacional. Gim
está preso desde abril de 2016 no Complexo Médico Penal, em Pinhais, devido a
um esquema semelhante.
Conforme a
nova denúncia, entre junho e dezembro de 2014, Gim pediu e aceitou R$ 5 milhões
da Galvão Engenharia. Efetivamente, o ex-senador recebeu R$ 1,6 milhão do
montante acertado no início das negociações. O valor teria sido destinado às
campanhas de três siglas que o apoiaram à reeleição àquele ano: PSL, PTdoB,
hoje Avante, e PEN, atualmente intitulado Patriota. Segundo a acusação, o PSL recebeu R$ 150 mil,
o PTdoB, R$ 400 mil, e o PEN embolsou R$ 1,050 milhão.
O R$ 1,6
milhão foi repassado as três legendas por meio de cinco doações oficiais, “tudo
com intuito de dar aparência lícita à propina”, pontua a denúncia da força-tarefa
da Lava-Jato. Os procuradores da República complementam: “Os valores oriundos
dos crimes antecedentes a partir do apoio de PSL, PTdoB e PEN a Gim Argello
foram reinseridos na economia em favor do então parlamentar, a partir de atos
da campanha em seu benefício, tais como exposição política, pagamentos de
material de campanha, programas de TV e cabos eleitorais pelas referidas
agremiações”. Ou seja, para o MPF, as legendas receberam dinheiro em troca do
apoio político.
Ainda de
acordo com a força-tarefa, à época líder do Bloco Parlamentar União e Força no
Senado, Gim Argello indicou e substituiu membros do grupo partidária nas
comissões. Para o MPF, com as iniciativas, o ex-senador influenciou os rumos
das apurações, evitando a convocação de Dario Galvão, presidente da Galvão
Engenharia, e de outros executivos da empresa para deporem nas comissões de
inquérito.
Um esquema
semelhante levou Gim à prisão. A Justiça Federal o condenou a 19 anos de prisão
pelo acerto de propina com as empreiteiras UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal,
Camargo Corrêa e Engevix. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região
reformou a sentença e reduziu a penalidade para 11 anos e 8 meses de reclusão.
Ao
Correio, o advogado do ex-senador, Marcelo Bessa, afirmou que ainda não teve
acesso à decisão e, por isso, não se manifestaria.
(Correio Brasiliense)
Sexta-feira,
10 de agosto, 2018 ás 11:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário