O
jurista especialista em Direito Eleitoral Adriano Soares da Costa disse nesta
quarta-feira (15) que há deslealdade processual na utilização da Justiça
Eleitoral por partidos políticos, em defesa da candidatura presidencial do
ex-presidente Lula, mesmo sabendo que o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro,
em segunda instância, e deverá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e declarado
inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declarações foram dadas
em transmissão ao vivo em seu perfil do Facebook.
Mesmo
considerando a Lei da Ficha Limpa “ruim e inconstitucional”, Adriano Soares
entende que não haverá nenhuma violação de direitos na prevista rejeição ao
registro de candidatura de Lula, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) já
superou este debate no Brasil, ainda que de forma absurda, em seu entendimento.
“É
uma deslealdade processual a tentativa de fraudar o processo eleitoral,
esticando uma candidatura que, desde já, se sabe, inclusive, que o candidato
não é candidato e já tem uma vice de reserva [Manuela D’Ávila] e um sucessor de
reserva [Fernando Haddad]. É algo que é explícito. E, de tão explícito, é
intolerável. Fosse qual fosse o partido ou candidato, fosse o que fosse, não
podemos brincar com a democracia”, condenou Adriano Soares.
O
especialista ainda considerou que não haverá nenhum absurdo, se o TSE decidir
logo esta matéria, inclusive depois dos questionamentos feitos pela
procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, que ingressou com uma impugnação do
registro da chapa de Lula, pedindo sua rejeição e a suspensão de sua campanha.
Adriano
Soares ainda considerou importante lembrar que os “pais da criança” da Lei da
Ficha Limpa são o PT, a CUT e os
partidos de esquerda que pressionaram pela aprovação da Lei Complementar
135/2010, como forma de a barrar os candidatos com ficha suja na Justiça. E vê
argumentos estranhos ao Direito Eleitoral, nas tentativas de garantir a
presença de Lula na disputa presidencial, após sua condenação pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no caso do Triplex do Guarujá.
“Quando
vejo certos discursos, dizendo que é a hora de manter a mesma lógica que tantos
outros tiveram nas eleições municipais e estaduais… Nunca na história do Brasil
se teve um candidato com o descaramento – que este é o caso – de forçar a barra
nesse nível, para bagunçar a democracia brasileira nesta magnitude. Brincar com
a vontade popular. Brincar e colocar em risco a economia do País no futuro; a
estabilidade política, já num País de tanta instabilidade. Esse é o grande erro
desta tentativa”, declarou o jurista alagoano, ao ponderar a respeito da
atuação de advogados que cumprem seu papel em defesa das necessidades políticas
de seus clientes. (DP)
Quinta-feira
16 de agosto, 2018 ás 08:00
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