O
projeto de urbanização escolhido pelo governo do Distrito Federal para o Lago
Paranoá, denominado “Orla Livre”, prevê uma roda gigante do tipo mega (como a
que existe em Londres), no quintal das casas da QL 8, o que as tornará
completamente devassadas para os curiosos. O arquiteto Emerson José Vidigal,
sócio do escritório de Curitiba que venceu o concurso, disse à rádio BandNews FM,
que a roda gigante pretende representar o “símbolo” da desocupação da orla do
lago, e negou que a intenção seja atentar contra a privacidade das famílias que
residem no local.
O
anúncio do projeto vencedor foi realizado sábado (21/4) pelo próprio governador
Rodrigo Rollemberg quase três anos depois de a Justiça determinar o recuso das
cercas para uma distância de 30 metros da água. Para ele, a iniciativa mais
importante desde a definição do projeto do Plano Piloto, para a construção de
Brasília, nos anos 1950. “A orla do Lago Paranoá é a nossa praia, e ela não
pode ser de alguns, mas de todos”, disse.
A
atitude hostil do GDF em relação aos moradores tem se manifestado de outras
maneiras, após o recuo determinado pela Justiça até o limite de 30 metros das
águas do lago. Segundo os moradores, o governo não faz manutenção das áreas
desocupadas, não recolhe lixo, não ilumina a área agora pública, tampouco
garante segurança ao bairro e se omite diante da construção de barracos, com
sinais de favelização de algumas áreas.
O
governo garante que o concurso tem o objetivo de tornar o Lago Paranoá um ponto
de encontro mais acessível, organizado e com diversas opções de lazer, além de
oferecer oportunidades de negócios.
A
proposta que sugere o melhor uso de 38 dos 109 quilômetros de perímetro do Lago
Paranoá foi escolhida por uma comissão composta por sete titulares e três
suplentes com alto grau de conhecimento nas áreas exigidas pela competição.
O
secretário de gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, explicou que
não será preciso fazer grandes intervenções para implementar o que está
previsto no documento. “Ele é bem simples e leva em consideração toda a questão
ambiental. O próximo passo é contratar o vencedor para ele finalizar o projeto
até o fim do ano.”
A
coordenadora técnica do concurso, Carolina Favilla, apontou que o forte da
proposta selecionada “é ter uma linguagem única e geral para a escala bucólica
da cidade, levando em consideração a vocação pelo lazer da orla e as áreas de
concentração”.
A
primeira área, no Lago Sul, vai do Trecho 1 do Setor de Clubes Esportivo Sul
até a Quadra 10 do Setor de Habitações Individuais. Outra área, também na parte
Sul, abrange as Quadras 20 a 22 do Setor de Habitações Individuais. A terceira
área refere-se ao Parque das Garças, no Lago Norte.
O
contrato será arcado com recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano do
Distrito Federal (Fundurb).
A
orla do Lago Paranoá foi desobstruída para o uso da população. As operações,
que começaram em agosto de 2015, foram finalizadas em 25 de outubro de 2017 no
Lago Norte e em 20 de dezembro no Lago Sul.
Foi
desobstruído 1,7 milhão de metros quadrados na orla: cerca de 1 milhão no Lago
Sul e 671 mil no Lago Norte, em um trabalho integrado que contou com cerca de
dez órgãos do governo do DF.
A
Agência de Fiscalização do DF (Agefis) fez 125 operações para desobstruir a
orla do lago. No total, 454 lotes foram recuados.
Segunda-feira,
23 de abril, 2018 ás 16:00
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