Começa
à zero hora de sexta-feira (4/5) o prazo para que os ministros da Segunda Turma
do Supremo Tribunal Federal (STF) julguem, no plenário virtual, o recurso do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para deixar a prisão.
Lula
está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de
abril, por determinação do juiz Sérgio
Moro, que determinou a execução provisória da pena de 12 anos de prisão na
ação penal do tríplex do Guarujá (SP), após o fim dos recursos na segunda
instância da Justiça. No recurso que será julgado, a defesa de Lula sustenta
que Moro não poderia ter executado a pena porque não houve esgotamento dos
recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF), segunda instância da
Justiça Federal.
Para
os advogados, a decisão do Supremo que autorizou as prisões após segunda
instância, em 2016, deve ser aplicada somente após o trânsito em julgado no
TRF4. Os advogados também pedem que o ex-presidente possa aguardar em liberdade
o fim de todos os recursos judiciais possíveis.
Resultado
Os
ministros da Segunda Turma da Corte, responsável pelo caso, terão até as 23h59
da próxima quinta (10/5) para decidir a questão no julgamento virtual. Contudo, o
resultado poderá ser divulgado antes do prazo se todos os ministros anteciparem
os votos. Integram a Turma os ministros: Edson Fachin (presidente), Celso de
Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
Em
geral, o julgamento em plenário virtual é usado para decisões sem grande
repercussão e com entendimento pacificado. No entanto, a medida do ministro
Edson Fachin, relator do caso, de enviar o recurso de Lula para julgamento não
presencial foi entendida dentro do tribunal como uma forma de ganhar tempo. A
maioria dos integrantes da Turma é contra o entendimento que autoriza a prisão
após a segunda instância da Justiça.
Em
março, a Turma também analisou outro recurso de Lula por meio eletrônico. O
colegiado liberou acesso da defesa à uma parte da delação premiada dos
publicitários João Santana e Mônica Moura.
Como será o julgamento virtual
No
julgamento virtual, os ministros apresentam seus votos pelo sistema eletrônico
sem se reunirem presencialmente. O plenário virtual funciona 24 horas por dia e
os ministros podem acessar de qualquer lugar.
De
acordo com as regras, a votação é aberta quando o relator (Edson Fachin)
inserir no sistema o recurso e seu voto, que poderá ser visto pelos demais
integrantes da Turma.
Depois,
os demais ministros da Segunda Turma - Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso
de Mello e Dias Toffoli - terão sete dias corridos (até o dia 10 de maio) para
inserir suas manifestações no sistema eletrônico, quando dirão se acompanham ou
não o relator, com ou sem ressalvas. A previsão é que o resultado seja
divulgado no dia seguinte.
Se
algum ministro não apresentar o voto até o fim do prazo, será considerado como
voto com o relator.
Um
pedido de vista pode ser feito a qualquer momento. Neste caso, a decisão vai
para o julgamento presencial. (ABr)
Sexta-feira,
04 de maio, 2018 ás 00:05
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