O
volume de depósitos na caderneta de poupança superou o de saques em R$ 1,237
bilhão em abril, de acordo com o relatório divulgado pelo Banco Central (Bacen)
na segunda-feira (7/5). No total, foram aplicados R$ 182,6 bilhões, contra a
retirada de R$ 181,3 bilhões. É o melhor resultado para o mês em cinco anos. O
último saldo positivo de abril havia sido registrado em 2013, quando os
depósitos superaram os saques em R$ 2,616 bilhões. Nos anos seguintes, o número
de retiradas sempre foi maior.
Com
a soma do saldo positivo do mês e os rendimentos creditados nas contas dos
investidores – que alcançaram R$ 2,787 bilhões – o estoque de valores
depositados na poupança está atualmente em R$ 735,4 bilhões, cerca de R$ 4
bilhões a mais do que no final de março, quando o saldo registrou R$ 731,4
bilhões.
Apesar
do desempenho positivo em abril, as retiradas continuam maiores que os
depósitos em 2018. No quatro primeiros meses do ano, a caderneta de poupança
registrou saques líquidos de R$ 695 milhões. Mesmo assim, esse foi o melhor
resultado para o período desde 2014, quando a aplicação registrou captações
líquidas (depósitos menos saques) de R$ 5,39 bilhões.
Até
2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele
ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão
econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar mais dinheiro da
caderneta para pagamento de dívidas, em um cenário de queda da renda e de
aumento de desemprego.
Em
2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da
história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A
tendência inverteu-se em 2017, quando as captações líquidas excederam as
retiradas em R$ 17,12 bilhões, retomando o saldo positivo depositado na
aplicação, que é a mais popular do país.
Pela
legislação em vigor, o rendimento da poupança é calculado pela soma da Taxa
Referencial (TR), definida pelo Bacen, mais 0,5% ao mês, sempre quando a Taxa
Selic está acima de 8,5% ao ano. Quando a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao
ano, como ocorre atualmente, em que a taxa básica de juros está em 6,5% ao ano,
a remuneração da poupança passa a ser a soma da TR com 70% da Selic.
Mesmo
com a queda nos juros, a poupança voltou a atrair recursos porque os rendimentos
estão acima da inflação. Nos 12 meses terminados em março, a poupança rendeu
5,5%, enquanto a inflação do mesmo período foi de 2,82%. (ABr)
Terça-feira,
08 de maio, 2018 ás 11:00
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