Pagamentos
à titulo de “serviços técnico-profissionais” pelas siglas aos seus dirigentes
nacionais chama atenção desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou
pela primeira a prestação de contas dos partidos em dados abertos. A soma
desses pagamentos por 13 siglas soma R$ 5,1 milhões.
O
Ministério Público Eleitoral (MPE) apontou ao TSE que essa prática contém
irregularidades, mas a maioria dos ministros do Tribual decidiu dar aval ao
recebimento dessas quantias.
Em
abril desse ano, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de
Medeiros, apontou o erro no pagamento de R$ 302,2 mil ao presidente nacional do
PTB, Roberto Jefferson, por não haver comprovação de serviço prestado.
A
corte chegou a analisar as contas do partido, mas as aprovou. Somente os
ministros Edson Fachin e Rosa Weber divergiram do relator, Admar Gonzaga, que
entendeu que pagamentos de dirigentes sob a rubrica de serviços são regulares.
No
entanto, para os técnicos da Justiça Eleitoral, esses pagamentos podem ser uma
saída de dinheiro do fundo partidário. Os técnicos apontam que a rubrica tem
problemas, porque os partidos não costumam explicar quem executou e qual foi o
serviço prestado.
O
partido que mais pagou a sua cúpula por “serviços técnico-profissionais” foi o
PT, com uma despesa de R$ 2,8 milhões no ano passado. O vice-presidente petista
Alberto Cantalice, por exemplo, recebeu R$ 244,9 mil.
Já
o tesoureiro da sigla, Emídio de Souza, que assumiu a função no meio do ano,
foi remunerado com R$ 117,3 mil. Souza recebeu ainda R$ 209,5 mil em 2017, mas
como salário declarado pelo diretório paulista do PT.
Já
o candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, ganhou de seu partido R$ 253,3
mil sob a justificativa de ter prestados os tais “serviços
técnico-profissionais”. E o ex-ministro Carlos Lupi, presidente da agremiação,
recebeu R$ 155,8 mil nas mesmas circunstâncias.
Presidente
do nanico PMN, Antonio Carlos Massarollo foi individualmente o dirigente
partidário que mais ganhou por esse tipo de serviço, conforme os dados
disponibilizados pelo TSE: R$ 408,4 mil. A legenda, no entanto, contestou o
valor divulgado e afirmou que há erro no sistema do tribunal.
Dos
R$ 696 milhões gastos em 2017 pelos 35 partidos que recebem dinheiro do fundo
partidário, R$ 48,1 milhões foram com “serviços técnico-profissionais” –19,8%
do total, o quarto maior tipo de despesa declarada.
(Com informações da FolhaPress)
Domingo,
29 de julho, 2018 ás 11:00
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